Quando o desconforto começa nas redes sociais
Uma leitora nos enviou sua experiência, que é um relato sincero sobre amor, limites, autoestima e redes sociais. Ela compartilha sua história para que outras pessoas possam se identificar e refletir sobre seus relacionamentos.

“Eu não gosto que meu namorado curta fotos de outras mulheres”
“Percebi que meu namorado curte fotos de outras mulheres e segue muitas delas. Eu não tenho acesso à senha dele, mas começo a desconfiar que ele comenta nos stories delas. Isso começou a me deixar insegura e desconfortável. Por mais que eu tentasse não pensar nisso, sempre sentia aquela pontada de ciúmes, e parecia que eu estava sempre perdendo espaço para outras mulheres.”
Ela percebeu que falar não adiantava muito:
“Eu já disse várias vezes que não gosto, que me incomoda, mas ele sempre me chama de ciumenta. Senti que meus sentimentos eram minimizados, como se eu estivesse exagerando. E isso machuca, porque você está tentando se abrir e ser honesta.”
Curtidas e comentários: flerte ou apenas reconhecimento?
“Para mim, curtir a foto de alguém é apenas reconhecer que ela é bonita, é quase automático. Mas quando vejo que ele curte muitas fotos, comenta, interage, começo a me sentir mal. O pior é que percebi que ele estava curtindo apenas as fotos de biquíni de uma amiga dele. Isso me deixou ainda mais desconfortável, porque parecia direcionado e repetitivo.”
Ela também percebeu outro padrão preocupante:
“Além disso, ele está sempre adicionando uma garota nova. Não quero parecer controladora, mas não dá para simplesmente deixar pra lá. Isso começa a me afetar emocionalmente e me faz questionar se ele realmente me coloca como prioridade.”
Ser chamada de ciumenta dói
“Falar sobre isso e ser chamada de ciumenta dói demais. Me senti desvalorizada e até insegura sobre meus próprios sentimentos. Não estou exagerando, não estou tentando controlar, estou só pedindo respeito. Mas ele parecia mais preocupado em me fazer sentir culpada do que em entender meu ponto de vista.”
Ela percebeu que isso é um padrão perigoso:
“Quando você expressa um limite e a outra pessoa chama de ciúmes, ela está desqualificando seus sentimentos. Isso não é saudável, e você precisa prestar atenção nisso. É importante saber que ter limites não é errado.”
Resgatando minha autonomia
“Eu percebi que estava me segurando por respeito a ele, evitando postar fotos mais ousadas ou expressivas. Mas se ele não mudava e não valorizava meus limites, decidi que era hora de me colocar em primeiro lugar. Comecei a postar o que me faz sentir bem, sem me culpar, sem me autocensurar. Não é vingança, é autocuidado.”
Ela percebeu que não precisa da validação dele para se sentir bonita:
“Se ele não valoriza minhas fotos, não comenta, não reage… isso é um problema dele, não meu. Eu tenho direito de me sentir bonita, de mostrar quem eu sou e de me divertir com minhas redes sem me sentir culpada.”
Quando é hora de se afastar
“Dar uma afastada foi uma decisão difícil, mas necessária. É preciso proteger a autoestima, ter clareza sobre seus sentimentos e reforçar limites. Ficar perto de alguém que não respeita você só desgasta e machuca. Eu decidi me colocar em primeiro lugar. Não significa desistir do amor, mas cuidar de mim mesma.”
Ela explica que o afastamento não precisa ser dramático:
“Pode ser apenas diminuir o contato, focar em mim, nas minhas prioridades e no que me faz bem. Isso me ajuda a ver a relação com mais objetividade e decidir se vale a pena continuar.”
Reflexão final: respeito e reciprocidade são essenciais
“É fácil pensar que todos os homens fazem isso, mas não é verdade. Cada pessoa é diferente, e respeito é escolha, não obrigação. Um parceiro que se importa demonstra atenção, cuidado e respeito pelos sentimentos do outro. Se você se sente constantemente desvalorizada ou insegura, é hora de pensar se essa relação realmente te faz bem.”
Ela conclui com uma mensagem poderosa sobre autonomia e autoestima:
“Aprendi que não preciso da validação dele para me sentir bonita ou desejável. Minhas escolhas e meu respeito próprio vêm primeiro. Curtir fotos, interagir ou postar o que me faz sentir bem é meu direito. Ninguém deve controlar ou desrespeitar meus limites. Amar também é se respeitar.”


