O Caso do Filme É Assim Que Acaba e as Acusações de Assédio
O cinema frequentemente reflete questões sociais relevantes, e o filme É Assim Que Acaba (It Ends With Us), inspirado no livro de Colleen Hoover, é um exemplo claro. A trama aborda temas como assédio, abuso e relações tóxicas, trazendo uma narrativa sobre empoderamento feminino e superação. No entanto, as polêmicas que cercam a produção mostram que a linha entre arte e realidade pode ser mais fina do que se imagina.
As Acusações Contra Justin Baldoni
Recentemente, um processo envolvendo Blake Lively e Justin Baldoni trouxe à tona alegações sérias de assédio sexual e ambiente de trabalho hostil.
Blake Lively, protagonista do filme, afirma que Baldoni fez avanços indesejados, comentários depreciativos sobre sua aparência e tentativas de difamação pública. Segundo relatos, ele teria criticado sua idade e peso, além de causar atrasos nas filmagens após crises emocionais provocadas por críticas online.
Em contrapartida, Baldoni negou todas as acusações e afirmou que Lively estaria tentando prejudicar sua imagem. Ele chegou a processar a atriz por difamação, mas a Justiça rejeitou a ação, reconhecendo que suas declarações estavam amparadas pela lei. Essa decisão deu a Blake uma vitória parcial e fortaleceu a gravidade das denúncias.

Na foto: Isabela Ferrer e Blake Lively
O Envolvimento de Isabela Ferrer
Outra figura importante no caso é Isabela Ferrer, intérprete da versão jovem da protagonista. Ela acusa Baldoni de “assédio judicial”, alegando que ele tentou intimidá-la para depor contra Blake.
Segundo Baldoni, a intimação foi necessária para a obtenção de documentos. O julgamento principal, movido por Blake Lively, está previsto para março de 2026, o que promete novos desdobramentos.
A Imagem Pública em Contraste com as Acusações
O contraste entre a imagem pública de Baldoni e as denúncias contra ele chama atenção. Reconhecido por se declarar feminista e defensor da igualdade de gênero, ele agora enfrenta acusações que, se confirmadas, entram em choque direto com esse discurso.
Esse cenário evidencia um fenômeno comum: alguns homens utilizam causas sociais como fachada para ganhar credibilidade, manipular vítimas ou proteger sua reputação. Dessa forma, qualquer denúncia pode ser desacreditada pela aparente incoerência entre discurso e prática.
A Ironia Entre a Obra e os Bastidores
A ironia é evidente: um filme que aborda assédio e abuso está cercado por acusações semelhantes em seu set de gravação. Essa dissonância desperta reflexões sobre a complexidade das figuras públicas e a diferença entre arte e vida real.
Enquanto a narrativa do filme prega empoderamento e respeito, os bastidores revelam um cenário contraditório. Essa dualidade mostra como o público pode ser influenciado não apenas pela obra, mas também pelas polêmicas envolvendo seus protagonistas.
A Reação do Elenco e os Impactos no Filme
Colegas de elenco também se posicionaram. Brandon Sklenar, intérprete de Atlas, defendeu a autora Colleen Hoover e o propósito da produção, ressaltando que o impacto da obra não deve ser anulado pelas controvérsias.
Esse tipo de posicionamento reforça a importância de separar o trabalho artístico dos problemas pessoais, embora seja inegável que o contexto externo influencia a recepção do público.
Reflexões Sobre Assédio e Responsabilidade
O caso de É Assim Que Acaba vai além de um escândalo. Ele funciona como alerta sobre como a imagem pública pode ser usada de forma estratégica e até manipuladora. Muitos homens que se declaram feministas, de fato, apoiam a igualdade de gênero, mas há situações em que esse discurso se torna uma máscara para comportamentos abusivos.
Até que o julgamento principal aconteça, não é possível determinar responsabilidades definitivas. No entanto, as vitórias parciais de Blake Lively e as acusações de Isabela Ferrer já apontam padrões preocupantes de conduta.
Conclusão
O contraste entre a mensagem do filme e as acusações nos bastidores reforça como arte e vida podem se entrelaçar de forma inesperada. Também mostra que a luta contra o assédio e a desigualdade de gênero deve ser contínua, mesmo em ambientes onde o discurso aparenta estar alinhado com esses ideais.